Este meu atrevimento resulta de uma conversa que tive esta semana com um casal amigo que muito me honraram e sensibilizaram quando me transmitiram que um deles passou a semana a cantarolar uma música que escrevi à cerca de 22 anos (Partilha II).
Retomo a palavra atrevimento. Atrevimento porque não sou nem anseio ser escritor. Que me perdoem com a minha humilde escrita, aqueles que com a sua genealidade nos fazem sonhar. Artistas, contadores de histórias, que nos acompanham no adormecer da noite.
Neste contexto, partilho o meu actual companheiro contador de histórias: Haruki Murakami. A obra: After Dark - Os Passageiros da Noite.
Os meus escritos são muito simples, de uma frase apenas ou de alguns versos.
Partilha I, é uma frase que escrevi num bocado de papel hà cerca de seis meses. Uma frase que nada tem de especial, a não ser para mim.
Partilha I:
"Amigos são como a música
há que saber ouvir e apreciar."
Octávio Pimentel 7/2008
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Partilha II
SOCIEDADE FRUSTRADA
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Era um rapaz muito pitoresco
até que um dia decidiu curtir Heavy
então desencalhou um pouco de erva
e nas esquinas da solidão ficou
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Pernas abertas, desconchavado,
o bucho com cerveja, namorada ao lado,
o Zé estava todo consolado,
tirava umas passas do cacete que rolava.
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Refrão:
E a vida era feita mesmo assim
e o Zé não pensava em mais nada.
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Até que um dia decidiu trabalhar
tentar, talvez, um lugar na sociedade
mas o fardo da vida era demais para ele
decisão unânime deixou de tentar
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Um dia experimentou, o prazer da injenção
descobriu a existência do poder da tentação
a cena que ele mais queria era poder morrer
vontade seja feita e o Zé marou
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Refrão:
E a vida era feita mesmo assim...
e o Zé já não pensava em mais nada.
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E a vida era feita mesmo assim...
e o Zé já não pensava em mais nada.
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Refrão:
E a vida era feita mesmo assim...
outro Zé apareceu sem palavra.
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E a vida era feita mesmo assim...
outro Zé apareceu sem palavra.
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Octávio Pimentel 2/1987
Letra e Música
Composição criada no âmbito do projecto Megalon.
Megalon, banda de garagem formada por mim (Pato), pelo Paulo (Quim) e pelo Mário (Tampinha):
Nota: os amigos de sempre sabem o contexto em que esta letra foi escrita: Liceu de Gaia, Garfo, Natureza e Macoral.
2 comentários:
Não desejo que o tempo volte para trás, porque, não volta mesmo, porque, gosto de tudo o que vivi adiante dele. Mas nunca esquecerei esse tempo, tivemos a sorte em nos encontrarmos no tempo e locais certos e crescermos juntos!
Ficámos amigos. a amizade é isso, é isto, como hoje, por acaso o reencontro, num café, mas sempre reconhecendo no primeiro instante a amizade de sempre!
De novo,
PARABÉNS PATO!!!!
Pequenas frases ou versos... Faço o mesmo...
Estou encalhada no trânsito da VCI e lá me sai um pensamento, que registo no telemóvel...
Vou ver um filme ou uma peça de teatro (sempre sozinha) e dou por mim a vaguear pelo centro comercial ou pelas ruas em direcção ao carro, a pensar como descreveria aquele filme ou aquela peça...
Tenho tudo guardado, algumas coisas partilhadas, outras não...
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